Por que a rede Orkut caiu no gosto dos usuários brasileiros


Na estréia do OpenSocial, IDG Now! explica sucesso do Orkut, com seus 40 milhões de brasileiros, em setor pontuado pela exclusão digital.

Em um país em que quase 60% da população nunca usou a internet, segundo dados do NIC.br, imaginar uma rede social adotada em massa por mais de 40 milhões de usuários, em uma reprodução demográfica relativamente tendenciosa às classes mais altas, mas com grande representatividade entre as mais baixas, é algo digno de um fenômeno.

A rede social criada em 2004 por Orkut Buyukkokten em suas horas vagas no cargo de engenheiro de software no Google encontrou tamanha recepção entre os usuários brasileiros que, tal qual Maizena para amido de milho e Gilette para lâminas de barbear, se tornou sinônimo de rede social no Brasil.

Quase cinco anos após se abrir para os primeiros brasileiros, a rede social do Google se vê às voltas com a introdução da plataforma de aplicativos OpenSocial, que começa nesta quinta-feira (10/07) no Brasil pretende trazer serviços e utilidades para dentro da rede, em um mercado amplamente favorável.

No ascendente mercado mundial de redes sociais, o Brasil ocupa uma rara posição em que a rede social dominante não sofre qualquer tipo de ameaça direta de qualquer outro concorrente, em um desdobramento do ambiente encontrado pelo Orkut quando os primeiros perfis de brasileiros começaram a ser criados.

Nos Estados Unidos, o Facebook recentemente botou mais lenha na fogueira deste setor ultrapassando o MySpace, até então a maior rede social do mundo, em número de usuários. Na Europa, a briga é ainda intrincada entre três concorrentes (Bebo, MySpace e Facebook), que trocam de posições em diferentes países.

A América Latina, com a exclusão de Brasil e Paraguai (com semelhante preferência pelo Orkut), se divide entre Hi5, Metroflog e MySpace, segundo o mapa de redes sociais publicado pelo jornal francês LeMonde no começo de 2008.

No Brasil, são mais de 40 milhões de usuários, responsáveis por 54% de todos os inscritos na rede social. Rival direto mais próximo do Orkut, o MySpace vem apresentando crescimento acentuado desde que iniciou sua operação nacional, mas acabou de passar dos dois milhões de cadastrados em maio, segundo dados do IBOPE//NetRatings.

O que faz com que uma rede social criada como projeto extra-profissional de um engenheiro chame tanta atenção e reúna tanto usuários em um mercado de internet tão marcado pela exclusão digital, transformando o Orkut no primeiro legítimo fenômeno brasileiro na internet?

Pesquisadores, engenheiros do Google e analistas de mercado consultados pelo IDG Now! apontam a interseção de três principais motivos responsáveis pela explosão do Orkut entre os brasileiros.

¨O Orkut foi a ferramenta certa no lugar certo¨, define bem a pesquisadora Raquel Recuero, da Universidade de Pelotas, em relatório feito por equipe comandada por Raquel a pedido do Google.

O primeiro deles é um timing preciso. Os primeiros convites para o Orkut começaram a circular entre engenheiros e profissionais do mercado de tecnologia no Vale do Silício, onde o Google está localizado, a partir de janeiro de 2004, quando foi lançado.

É praticamente impossível apontar com exatidão onde foram criadas as primeiras contas do Orkut no Brasil, mas o Google defende que alguns convites foram parar nas mãos de engenheiros e entusiastas brasileiros em cidades como São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, com forte apoio da comunidade de código aberto.

Em fevereiro, uma provável explicação sobre como brasileiros conseguiram os convites apareceu em um vídeo do co-fundador da Eletronics Frontier Foundation (EFF), John Barlow, detalhando a José Murilo Junior, do Global Voices Online, como tinha repassado 100 convites da rede para brasileiros por entender o Brasil como ¨uma sociedade amplamente conectada¨.

Há quem defenda que muitos dos contatos para os quais Barlow mandou os convites foram feitos durante o festival Mídia Tática Brasil, realizado em março de 2003 em São Paulo, onde o co-fundador da EFF esteve presente, junto a jornalistas, ciberartistas, ativistas online e pesquisadores sobre o ciberespaço brasileiro.

É provável que, mais do que ser o principal responsável pela popularização, Barlow ajudou a fomentar a competição entre núcleos de amizades formados por early-adopters que se registrou a seguir.

Segundo Raquel, a partir de março de 2004, o Google registrou altos índices de crescimento focado em determinadas cidades que indicavam uma suposta competição entre os núcleos e, em um segundo momento, contra os usuários norte-americanos.

Eduardo Tuhler, gerente de produto do Orkut no Brasil, reforça a situação citando a liderança do Rio Grande do Sul nos primeiros meses do Orkut como justificativa para a adesão de desenvolvedores e membros da comunidade de software livre de São Paulo e Rio de Janeiro.

O relatório elaborado por Recuero cita, inclusive, a influência de estudantes das universidades de São Paulo (USP) e Sagrado Coração (USC) e funcionários da Conectiva, desenvolvedora de distribuição de Linux que atende atualmente pelo nome de Mandriva, após a fusão com a francesa Mandrake em abril de 2005.

O fato de a rede pertencer ao Google, visto com bons olhos pelos brasileiros, aumentou a adesão ao Orkut neste estágio, indica o relatório.

O ritmo de crescimento, baseado unicamente na rivalidade entre cidades nos primeiros meses, começou a ganhar mais corpo com as primeiras matérias na mídia sobre o fenômeno de uma rede social em ascensão, o que fechou um círculo vicioso: quanto mais usuários ganhava, maior a cobertura da imprensa brasileira, que atraía mais pessoas que não tinham conhecimento do Orkut.

Dois outros fatores, explica Tuhler, temperaram a histeria que começou a se formar ao redor do Orkut: a mais evidente era a necessidade de um convite para participar, o que instigava a curiosidade dos que ainda estavam de fora.para entender qual era o grande atrativo da rede social. Isso agiu como uma espécie de fermento para a vontade do internauta em fazer seu perfil.

O segundo é bem conhecido de usuários antigos do Orkut e, à primeira vista, pode facilmente ser encarado como demérito: os problemas de servidor enfrentados pelo Google para dar vazão à procura.

A latência enfrentada pelo Orkut em seus primeiros meses, escancarada pela irônica mensagem ¨Bad bad server, no donut for you¨(¨mau, mau servidor, sem rosquinhas pra você¨, em tradução livre), não se mostrou suficiente para fazer com que usuários abandonassem o serviço por um rival, e se transformou em um voto confiança dado ao Google, segundo o executivo.

A possibilidade de se abandonar o Orkut por qualquer outra rede social é o segundo motivo que possibilitou a alta penetração do serviço no Brasil - simplesmente não havia um concorrente direto no País.

¨Brasileiros tinham (na época) grande experiência com outras ferramentas (como fotologs e weblogs) e uma rede social com perfis, como o Orkut, era algo novo que precisava ser testado. Alguns já haviam tido experiência com o Friendster, mas não gostaram da interface¨, afirma o relatório elaborado pela equipe de Raquel.

Até que o MySpace formalizasse sua operação brasileira e começasse a bolar estratégias para o mercado nacional, como shows secretos e debates políticos para jovens, foram três anos e meio sem qualquer rivalidade formal ao Orkut no Brasil.

Chegar antes, porém, não significa ter sucesso garantido - nomes como ICQ, Napster e Netscape, pioneiros e esquecidos em seus setores, provam a teoria. E é aí que entra o terceiro motivo do sucesso do Orkut: sua interface simples.

¨Esta interface simples do Orkut é muito propícia a novos usuários. Ela exige pouco domínio prévio de interface web, como exigem disparados o Facebook ou o Second Life¨, explica o presidente da Agência Click, Abel Reis. Nas palavras de Tuhler, o Orkut ¨tem alto nível de usabilidade¨.

Em palavras mais simples, o Orkut é fácil de se usar mesmo para quem não conhece inglês, exigência para se inscrever no serviço até abril de 2005, quando a versão em português foi lançada.

Além de conseguir se localizar facilmente na ¨simplicidade tosca¨ dos menus e ferramentas, como apelida Reis, inscritos poderiam facilmente ver, no perfil de contatos ou desconhecidos, os amigos e a quais grupos aquela pessoa pertencia, algo não tão fácil em um serviço como o Facebook, com sua cultura digital mais madura, classifica o presidente da Agência Click.

Com a alternância entre aparições na mídia e a conseqüente procura de usuários que conheceram o Orkut apenas pela TV, a rede viu o número de brasileiros ultrapassar o de norte-americanos no ranking geral apenas seis meses depois de ser lançada (o que acarretou, inclusive, uma festa em São Paulo pela efeméride) e atingiu massa crítica além dos usuários entusiastas com menos de 25 anos que desbravaram o Orkut.

Vale lembrar que, por mais que carregasse características que facilitassem sua adoção, o Orkut é apenas o veículo que, até o momento, melhor comporta a expressão online do brasileiro médio, entidade vista por pesquisadores e analistas de mercado como amplamente sociável e fortemente atraída por serviços gratuitos de interação que dêem vazão ao seu espírito gregário de trocar ¨experiência, informações e memória¨, como defende Reis.

Comunidades, crachás e GIFs

A mistura entre facilidade de uso, customizações na medida para o gosto do internauta nacional e uma aparente anarquia pela publicação de conteúdo (o que acarretaria mais tardes problemas sérios para o Google Brasil junto a autoridades brasileiras) fomentou um certo comportamento padrão do brasileiro dentro do Orkut.

A carência de ferramentas mais avançadas, algo que o Google tenta combater com o lançamento do OpenSocial, se mostrou uma arma para não confundir usuários sem o que Abel Reis chama de ¨maturidade online¨.

Ao mesmo tempo, o Orkut permite configurações de recados e depoimentos com ¨coisas de gosto duvidoso e um pouco eletrizantes¨, segundo Reis, que se provaram bastante populares e alimentaram um rico ecossistema de sites com GIFs a animações para a rede social.

Uma característica marcante do Orkut, defende Recuero, é se juntar a comunidades não como uma forma de debater assuntos dentro dos fóruns, mas apenas como uma forma de expressar a seus contatos a quais grupos pertence ou quais idéias o usuário defende, como se os grupos fizessem o papel de ¨crachá digital¨ sobre suas preferências.

De tão forte, a característica sustenta os critérios usados pelo IBOPE//NetRatings, em sua recém-anunciada ferramenta para avaliar o impacto da reação de consumidores dentro de redes sociais, no Orkut, o projeto toma como base apenas o nome das comunidades às quais usuários com determinado perfil definido pela empresa que encomenda o estudo estão atrelados.

Rogério de Paula, antropólogo da Intel, defende ainda que o Orkut tomou lugar como calendário pessoal, pela administração de datas comemorativas ou aniversários de seus contatos.

Fora a agressiva campanha da operação brasileira, que deixa claro sua rivalidade com o Orkut freqüentemente, o MySpace pode ter parte do crescimento na sua base relacionada à possibilidade de também integrar animações e vistosos GIFs ao perfil do usuário. O salto do MySpace Brasil de menos de 50 mil usuários para mais de 2 milhões em apenas seis meses significa que o Orkut terá concorrência de verdade à frente no mercado brasileiro?

Orkut: ainda imbatível?

Alexandre Magalhães, analista do IBOPE//NetRatings, é direto: em médio e longo prazo, sim. Por enquanto, o Orkut funciona muito mais como um fornecedor de conteúdo para seus supostos rivais do que realmente um serviço capaz de centralizar todas as atenções.

¨Como (o tráfego de redes sociais no Brasil) está crescendo muito, eles são mais impulsionadores um do outro que concorrentes. Não vejo pessoas procurando alternativa ao Orkut. Portais sofrem mais perigo¨, explica Magalhães, relacionando os tradicionais centralizadores de conteúdo e tráfego na internet brasileira.

Ainda que uma migração em massa em curto prazo do Orkut, Raquel reconhece um possível risco de adoção em massa de rivais, especialmente o MySpace (a interface do Facebook é uma clara dificuldade ao internauta médio, ela defende), mas alerta para a consolidação da rede do Google como principal entrave.

O MySpace Brasil sabe do tamanho do problema e corre atrás de uma solução que leve a rede social para as massas sem o círculo vicioso ou a curiosidade da mídia pelo ineditismo de um serviço social no país - o diretor geral do serviço, Émerson Calegaretti, já admitiu que vem negociando com canais de TV para reprodução parcial de conteúdo e dos debates políticos que promoverá durantes as Eleições 2008.

¨Quando o MySpace começou a ganhar tração, o Orkut já tinha capturado os corações e mentes dos brasileiros. Existe pouco incentivo para mudar para uma diferente tecnologia se todos seus amigos já estão ao seu redor¨, explica Danah Boyd, pesquisadora de mídia social na Universidade de Berkeley, rejeitando a possibilidade de atração para um serviço real pelo melhor gerenciamento de privacidade, quesito no qual, por exemplo, o Facebook supera o Orkut.

¨As pessoas vão onde seus amigos estão¨, sintetiza Boyd, remetendo a uma frase de LuliRadfaher, professor da Universidade de São Paulo, que pode soar mais agradável aos ouvidos dos entusiastas mais jovens que começaram a popularizar o Orkut no Brasil em 2004 - “uma comunidade online é como um bar - o usuário não vai pela cerveja nem pela comida. Vai pelas pessoas que estão ali”.

Seja pelos dados do IBOPE//NetRatings ou pelo potencial viral que aplicativos do OpenSocial, como ¨Vou Não Vou¨, têm entre usuários brasileiros, a festa (mais um rodeio que um boteco nos últimos anos) está longe de terminar.


Fonte: Guilherme Felitti, editor-assistente do IDG Now!
Data: 10/07/2008

Escola & Tecnologia Educacional



Nos dias de hoje faz-se necessário iniciar uma nova perspectiva na escola, no sentido de romper com a linearidade de aprendizagem, utilizando ferramentas que se tornaram imprescindíveis à Educação tais como o uso da televisão, do vídeo, do DVD, do telefone, do rádio, do computador e Internet, entre outros.


Um dos objetivos da Informática na Educação é o de conhecer as possibilidades de uso da informática. “Mas o caminho do computador para a sala de aula passa pela familiarização do professor com ele (com os alunos, que nessa questão, o mais das vezes, tomam conta de si mesmos). Para o professor se familiarizar com o computador, ele precisa usa-lo nas mais variadas atividades, mesmo que elas não sejam de especial significado pedagógico nem voltadas para a sala de aula. Quando os professores tiverem com o computador a intimidade que hoje têm com o livro, descobrirão ou inventarão maneiras de inseri-lo em suas rotinas de sala de aula, encontrarão formas de criar, em torno do computador, ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem que propiciarão aos alunos uma educação que os motivará tanto quanto hoje o fazem os jogos computadorizados, os desenhos animados, os filmes de ação e a música do rock.” (CHAVES). Nenhuma sociedade está indiferente à entrada das tecnologias da informação e comunicação (TIC) no cotidiano de seus cidadãos. Percebe-se que o volume progressivo de informações gerado por essas tecnologias traz transformações substanciais ao processo de aquisição do conhecimento pelo indivíduo. Mesmo frente a dificuldades políticas e econômicas, às projeções governamentais encontram-se otimistas no que diz respeito à implantação de laboratórios de informática nas escolas públicas, através de seus programas oficiais. Diante de tal perspectiva, há urgência em preparar a escola para a integração da Informática ao processo educacional.

De acordo com Morán (2003), a teoria na educação é muito avançada, mas a prática está muito distante. No entanto, quando sensibilizado a trabalhar com a informática, o educador percebe-se um agente transformador da ação pedagógica e esta descoberta reflete-se rapidamente na elaboração de seu material didático e no planejamento de suas aulas. Este é o primeiro passo na direção do professor “abraçar” a informática na escola. Os autores Bruner, Dewey, Freire, Piaget, Skinner, Vigotsky, entre outros, oferecem as bases em que a interação da informática com a educação pode ser trabalhada, sendo modificada de acordo com a turma, com a metodologia adequada ao tema que será desenvolvido e com o Projeto Político Pedagógico da escola.

É necessário, ao implantar a informática educativa nas escolas dispor de um currículo flexível, multicultural, que relacione seus conteúdos, objetivos e estratégias às questões culturais e tecnológicas, de acordo com as necessidades que surgem ao longo da execução das atividades.

As aulas de informática podem propiciar aos alunos a oportunidade de aprender dentro do seu próprio ritmo, permitindo ao aluno trabalhar individualmente, em dupla ou em grupo. O professor deve fornecer as informações e/ou orientações preliminares acerca da atividade que será desenvolvida. Deve utilizar a interdisciplinaridade. Esta ocorre quando diversas disciplinas estabelecem reciprocidade e igualdade para a solução de um problema. É fundamentada na certeza de que a troca enriquece. Ao tentar solucionar uma determinada situação, o aluno vai colocar em ação os elementos teóricos de que dispõe sem se limitar, necessariamente, a um único campo do conhecimento, reorganizando-os de maneira a perceber uma solução ou uma nova necessidade. Por exemplo, os alunos que desenvolvem atividades no computador necessitam conciliar, pelo menos, alguns conhecimentos básicos de informática com outros específicos do tema em que estão trabalhando.

Alguns pressupostos teóricos acerca das pesquisas e projetos escolares mediadas pelo computador:


A palavra pesquisa tem sua origem no latim: perquiro que quer dizer “procurar, buscar com cuidado; procurar por toda a parte; informar-se; inquirir; perguntar; indagar bem; aprofundar na busca" (BAGNO, 1998).


Segundo Canen e Andrade, (2005), a pesquisa envolveria um problema real, levado ao nível acadêmico para que seu foco seja investigado rigorosamente, através de critérios e métodos críticos, a fim de que os seus resultados possam ser sistematizados e divulgados, segundo teorias reconhecidas e atuais.

De acordo com Almeida (2000), a pesquisa (escolar) deve ser elaborada de maneira a promover a autonomia do aluno, tornando-o capaz de:
  • Desenvolver o espírito crítico na seleção das informações pertinentes ao tema;
  • Refletir sobre os resultados obtidos;
  • Compreender os conceitos envolvidos, levantando e testando hipóteses.
Uma das maiores vantagens em desenvolver uma pesquisa no computador é a economia de tempo. Por meio de uma enciclopédia eletrônica ou da Internet, é possível obter, em poucos segundos, a mesma informação contida em qualquer outro meio. No entanto, “pesquisar” não é “copiar”. Um texto transcrito da Internet para um editor de texto, anexado a uma capa de trabalho, jamais pode ser considerado uma pesquisa escolar. Isso é freqüentemente praticado pelos alunos, mas faz perder todo o sentido, o objetivo metodológico da aprendizagem.

O professor deve evitar cópias, falando aos alunos que elas não trazem nenhum benefício e conscientizar-se acerca da necessidade de problematizar os temas de pesquisa.

É fundamental que o professor forneça um roteiro de pesquisa, apresentado em tópicos ou perguntas. Também é recomendável, incluir sugestões de sites.

A pesquisa escolar pode ser individual ou coletiva, e pode ser interdisciplinar, no caso de reunir mais de uma disciplina. Os alunos podem gravar os endereços dos sites, os artigos e as imagens que selecionarem, assim como podem editar anotações no processador de texto. O professor atua como orientador, auxiliando os alunos pesquisadores a:
  • Estabelecer critérios de busca;
  • Definir prazos (para o planejamento e execução das pesquisas);
  • Fazer uma seleção e classificação das informações;
  • Organizar os resultados (através da realização de síntese);
  • Elaborar uma apresentação dos resultados obtidos (alcançados) através da pesquisa realizada.
O professor deve propor aos alunos uma situação-problema, ao invés de uma simples apresentação do tema da pesquisa, como por exemplo, no lugar de lançar o tema “água”, o professor pode elaborar uma questão ou problema: “Por que a água é importante para a vida do ser humano?”. Esse tipo de questão, leva o aluno a selecionar as informações colhidas, de maneira a responde-la e não apenas copiar o material da Internet.

De acordo com Almeida e Fonseca Júnior (2000) na construção de um projeto devem ser planejadas as seguintes etapas:
  • Identificação de um problema;
  • Levantamento de hipóteses, solução e prováveis respostas;
  • Mapeamento do aporte científico (recursos materiais ou tecnológicos necessários);
  • Seleção de parceiros;
  • Definição de um produto (seria um site na Internet? Um trabalho impresso? Um CD-ROM?);
  • Documentação e registro (um registro diário com anotações dos endereços consultados, livros, visitas, entre outros);
  • Método de acompanhamento e avaliação;
  • Publicação e divulgação (apresentar e divulgar os trabalhos na própria escola e fora dela, em simpósios, congressos, encontros, etc.

Fonte: Profala
Autora: Cássia R. M. de Assis Medel
Data: 10/07/2008

Estilos de aprendizagem para o uso das tecnologias


Autores: Daniela Melaré Vieira Barros e Sergio Ferreira do Amaral


As características dos estilos de aprendizagem oferecem referenciais para o trabalho de ensino e aprendizagem on-line ou presencial

Pensar a quantidade de formas de aprendizagem atuais exige atender as diversidades e as individualidades pessoais no contexto da sociedade. Essas são compostas por referenciais sobre competências e habilidades, modos de construção do conhecimento, uso de tecnologias, multiculturalidade e demais teorias que privilegiam ou têm como enfoque o indivíduo e o seu desenvolvimento integral. Considerado esse panorama no âmbito educativo, dispomos das teorias de estilos de aprendizagem que nos possibilitam ampliar o que consideramos como formas de aprender, conforme as competências e habilidades individuais.

Entendendo os elementos das tecnologias e suas conseqüências no âmbito educativo, percebe-se que a educação sofre essas alterações e, por conseguinte, tenta de alguma maneira adaptar-se ao processo. Essa adaptação requer inovações no contexto teórico e em toda a estrutura didática. A teoria dos estilos de aprendizagem contribui muito para a construção do processo de ensino e aprendizagem na perspectiva das tecnologias, porque considera as diferenças individuais e é flexível, o que permite estruturar as especificidades voltadas às tecnologias.


Os estilos de aprendizagem, de acordo com Alonso e Gallego (2002), são marcos cognitivos, afetivos e fisiológicos que servem como indicadores relativamente estáveis de como os alunos percebem seus ambientes de aprendizagem, interagem com eles e respondem aos seus estímulos. Os estilos de aprendizagem referem-se a preferências e tendências altamente individualizadas, que influenciam na maneira de uma pessoa apreender determinado conteúdo. Conforme os autores, existem quatro estilos definidos, a saber:

  • Estilo ativo: valoriza dados da experiência, entusiasma-se com tarefas novas e é muito ágil;
  • Estilo reflexivo: atualiza dados, estuda, reflete e analisa;
  • Estilo teórico: é lógico, estabelece teorias, princípios, modelos, busca a estrutura e sintetiza;
  • Estilo pragmático: aplica a idéia e faz experimentos.
Essa teoria não tem por objetivo medir os estilos de cada indivíduo e rotulá-los de modo estanque, mas sim identificar o estilo predominante de cada um aprender e, com isso, elaborar o que é necessário desenvolver nesses indivíduos em relação aos estilos que não são predominantes. Esse processo deve ser realizado com base em um trabalho educativo que possibilite contemplar também os outros estilos na formação do aluno.

O tipo de aprendizagem que a influência da tecnologia potencializa nos contextos atuais passa necessariamente por dois aspectos: o primeiro abrange a flexibilidade e a diversidade; o segundo refere-se aos formatos. Kolb (apud Alonso e Gallego, 2002) destacou que a forma de aprender é fruto da herança que trazemos, das experiências anteriores e das exigências atuais do ambiente. Para ele, cinco forças condicionam os estilos de aprendizagem::
  1. O tipo psicológico;
  2. A especialidade que o indivíduo tem em relação à sua profissão;
  3. Sua carreira profissional e as exigências que elas trazem;
  4. O posto de trabalho ao qual está vinculado; e
  5. A capacidade de adaptação ao posto que estiver ocupando, o qual exige determinada competência.
Partindo dessas premissas, Kolb, Honey e Mumford (apud Alonso e Gallego, 2002) elaboraram um questionário1 e destacaram um estilo de aprendizagem que se diferenciou do de Kolb em dois aspectos: as descrições dos estilos são mais detalhadas e baseiam-se na ação dos diretivos; as respostas do questionário são um ponto de partida e não um fim, constituindo um ponto de diagnóstico, tratamento e melhora das habilidades.

O panorama aqui delineado sobre estilos de aprendizagem e suas possibilidades de uso no contexto das tecnologias em âmbito educativo amplia as vias de construção de materiais educativos, estruturando, assim, um planejamento didático com maior ênfase no aluno e em suas necessidades. Além disso, capacita os profissionais a criarem a partir de ferramentas disponibilizadas pelas tecnologias. As características dos estilos de aprendizagem oferecem referenciais para o trabalho de ensino e aprendizagem on-line ou presencial. São características que destacam um perfil de melhor assimilação e análise por parte do aluno do que está sendo apresentado. Isso motiva e potencializa a qualidade da aprendizagem.


O questionário dos estilos de aprendizagem pode ser aplicado em diversas situações de aprendizagem, independentemente da área ou do conteúdo a ser desenvolvido. Além disso, o teste identifica somente a tendência de aprendizagem caracterizada para aquele momento, podendo ser flexível de acordo com o desenvolvimento pessoal. Os estudos sobre esse tema continuam a fazer parte de uma investigação que amplia suas características e potencializa seu instrumento a partir do contexto virtual.



NOTA
1 O questionário está disponível em www.estilosdeaprendizaje.es.


REFERÊNCIAS

ALONSO, C.M.; GALLEGO, D.J. Los estilos de aprendizaje: procedimientos de diagnostico y mejora. Madrid: Mensajero, 2002.


SOBRE OS AUTORES

Daniela Melaré Vieira Barros é pesquisadora do Laboratório de Novas Tecnologias Aplicadas à Educação (Lantec) da Unicamp.
Contato: dmelare@gmail.com

Sergio Ferreira do Amaral é professor do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas à Educação e coordenador do Lantec da Unicamp.
Contato: amaral@unicamp.br


Fonte: Revista Pátio Online
Data: 10/07/2008

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Um pouco de arte...

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