Saiba quais são os riscos de usar baterias e pilhas reutilizadas, e qual a destinação adequada a ser dada para elas.
Se você costuma comprar pilhas ‘remanufaturadas’ para economizar, saiba que pode estar correndo alguns riscos. Para entender que problemas são esses, precisamos compreender alguns princípios do funcionamento de baterias e pilhas.
O tipo de pilha mais usado hoje em dia é o de íon-lítio e tem como uma das principais diferenças – e vantagens – em relação ao modelo mais antigo (de níquel-cádmio) a presença de um chip de segurança.
Esse chip tem como função impedir que a bateria chegue a seu nível máximo quando for carregada e também o inverso – o de não deixar que a carga do dispositivo atinja um nível zero.
Isso porque uma pilha que alcança seu total de carga possível e continua a ser carregada corre o risco de passar por superaquecimento e, em alguns casos, até explodir. No outro extremo, um nível mínimo de carregamento pode prejudicar o tempo de vida do dispositivo. Dessa forma, saiba que cuidar de suas baterias adequadamente pode fazer com elas durem mais.
Problemas
No caso do chamado ‘remanufaturamento’, o que acontece é que alguns dos componentes da pilha ou bateria são trocados com o intuito de conferir uma sobrevida ao dispositivo, de acordo com o professor de engenharia de materiais da FEI Ricardo Hauch.
O problema reside no fato de que somente alguns – e não todos – os setores das baterias são substituídos. Em determinadas situações, por exemplo, uma bateria que possui oito células de lítio pode ter apenas seis delas substituídas; o resultado é uma vida extra.
Esse tipo de substituição acarreta dois problemas iniciais. O primeiro deles está relacionado ao seu bolso: o usuário paga por um produto que certamente irá durar menos do que um novo e sem uso.
O segundo problema ocorre, explica o professor Hauch, quando o usuário mistura uma pilha nova com uma remanufaturada para fornecer energia a um eletrônico. Tal ‘mescla’ irá forçar e diminuir a vida das pilhas boas, garante o professor.
Ainda assim, esses são problemas menores, se comparados ao que está relacionado ao chip de segurança.
Como a intenção num remanufaturamento em geral é economizar, dificilmente esse elemento será trocado, já que a maior parte do custo da bateria vem deste componente.
Acontece que o chip de segurança, como qualquer outro componente eletrônico, tem um tempo de vida útil determinado. Passado esse período, ele deixa de oferecer a segurança para a qual foi projetado, e o risco do superaquecimento e explosão quando recarregarmos essas pilhas remanufaturadas aumentam.
Destinação adequada
Todo mundo tem aqueles eletrônicos antigos com suas respectivas baterias que não funcionam mais. Saiba que não se pode, simplesmente, jogá-los no lixo: algumas pilhas e baterias são compostas por metais pesados altamente prejudiciais ao corpo humano.
De acordo com Luis Fernando Novazzi, professor de engenharia ambiental da FEI, os elementos mais perigosos são chumbo, mercúrio e cádmio, que se acumulam no organismo e podem causar problemas como esterilidade, disfunções em órgãos e ataques ao sistema nervoso.
Assim, o descarte desse tipo de material não pode ser o lixo comum, sob risco de contaminação do solo e da água (rios e lençol freático) com essas substâncias nocivas.
O encaminhamento adequado, segundo Novazzi, deve ser dado pelo próprio fabricante. Cada tipo de metal tem um tratamento diferente, mas em termos gerais, todos eles devem passar por um processo que os separa dos outros componentes da pilha e lhes dá outro destino, com uma nova utilização para cada material.
Com base nisso, a resolução 257 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) obriga as fabricantes de pilhas e baterias que contenham esses metais a disponibilizarem postos de coleta para os usuários.
Além disso, limita a quantidade desses metais na composição das pilhas e proíbe destinações inadequadas para esses materiais - como queima a céu aberto ou lançamento em praias e esgotos.
Data: 25/08/2008
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